segunda-feira, 12 de outubro de 2009

O Sagrado Feminino é a consciência que a mulher tem de que ela é um ser completo. Sem que percebam, muitas mulheres acabam "esticando", além do sentido verdadeiro da amizade e do amor, as suas relações com os seus namorados, com os seus maridos e amigos, e esse movimento do "esticar" traz no seu bojo a necessidade que o homem tem pela energia do feminino. Essa sutil energia de dependência do homem pela energia do feminino desencadeia na mulher, sem que ela perceba, outro tipo de dependência: sentir-se mãe do homem...
Nós, mulheres, trazemos a energia da criação, da intuição, da revelação do que está imerso e obscuro, trazemos a energia da transmutação que se manifesta em nosso próprio organismo através do ciclo menstrual. Quando menstrua, a mulher está preparando seu organismo para que nele possa ser gerada a vida. Assim é também a Mãe Terra que, por uma questão de sobrevivência, utiliza-se de sua própria inteligência para que nela seja gerada a vida. Por isso ocorrem os tremores de terra, as movimentações das placas tectônicas, pois para que a harmonia no interior da terra seja reestabelecida, é preciso que essa grande Mãe gere essa força.
A energia do feminino, presente na mulher e na Natureza, é geradora! É criadora! E tudo isso é bem diferente de ser mãe do homem. Essa dependência faz com que ela não abandone seu "filho" homem; a faz sentir-se responsável por ele. Culpada!
Uma energia que aos poucos vai minando a força do feminino, pois essa deixa de existir para dar lugar à outra energia: de dependência e medo!Essa sutil relação de dependência cria laços fortes entre as partes e é muito presente nos relacionamentos entre homem e mulher, contribuindo para que seja minado o poder do feminino, nos levando ao afastamento do nosso próprio caminho.E então, nos fragmentamos...
Substituímos parte da nossa natureza pelas necessidades alheias, enfraquecendo a nossa energia: o sagrado feminino... Que é a nossa totalidade. Que é a nossa completude... Nosso poder criativo e gerador...Enfraquecidas, não nos percebemos e buscamos fora de nós - na maioria das vezes, buscamos no homem aquilo que é inerente à mulher.Para que tenhamos de volta o que nos foi retirado, basta re-criarmos. Como faz a grande Mãe ao gerar a sua própria energia para seu renascer constante. Durante anos, estamos alimentando esse ciclo, confundindo o sentido da "necessidade" com o sentido do "prazer". Não necessitamos do homem para viver. Somos completas! Somos a força criadora, somos nós quem "gestamos" a vida. Sentimos prazer por estar com um homem. É diferente de necessitarmos dele!Ao doarmos aquilo que nos pertence, ficamos sem - São muitas, quase todas, as mulheres que sentem um vazio enorme dentro do seu próprio interior, e então associam esse vazio ao preenchimento de uma força masculina. Uma situação típica nossa, não é mesmo? Mas esse vazio que sentimos dentro de nós é a carência do nosso próprio amor, que muitos homens levaram. Eles precisaram e, por nos sentirmos "mãe", nós doamos. E nada tivemos em troca. Porque a energia do masculino mais recebe. Pouco doa. É da sua natureza. Não se trata aqui de energias positivas e negativas, ou boas e ruins. Trata-se de conhecer a natureza de cada uma dessas energias das quais somos feitos: o Universo, e nós, seres humanos! A doação é uma manifestação do feminino. A Terra, na sua benevolência, doa seus frutos aos seus filhos. Mas, para cada doação, há um ciclo de energias que alimenta a terra e a auxilia para que seja pleno o seu próximo plantio. São as estações! Cada qual nos presenteia com um tipo de mineral, todos importantes para nosso crescimento, para a nossa saúde.
Ao doarmos aquilo que nos pertence, agindo por uma carência do outro, sem que seja aquela a estação propícia para a doação, ficamos sem. Nosso amor vai se extinguindo de dentro de nós. E, sem que percebemos, adoecemos! Nos tornamos solitárias. Nos sentimos mãe, e não, mulher! Nos afastamos do nosso sagrado feminino, que é o nosso poder pessoal. Nos afastamos de quem somos, essencialmente. E por isso mesmo nos sentimos fracas, carentes. Permanecemos, há tempos, presas a um tipo de furto que é tão imperceptível, tão sutil, que até colaboramos para que ele aconteça. Colaboramos para que levem aquilo que nos pertence: a energia do nosso sagrado feminino!
É importante que cada uma diga para si mesma: "Eu sou uma mulher completa! Eu não necessito do homem para ser feliz!"A mulher é intuitiva. É receptiva, como a semente que germina na terra. Somos bruxas, é verdade, mas não somos manipuladoras. Nossa natureza é mágica, porém não oportunista. Vemos e ouvimos e sentimos além do que os homens podem fazer. Por nossa natureza generosa atraímos, no bom sentido, a energia do homem, carente desses atributos. Porém, há de se ter mais atenção às palavras proferidas quando falamos de nós mesmas, atenção também aos nossos atos. Enorme a quantidade de mulheres que manipulam os homens e os homens da família.A mulher deve olhar para dentro de si. Buscar utilizar o seu enorme dom para construir. E não para manipular! Mães que manipulam seus filhos para conseguirem algo. Esposas que dão um "jeitinho" para driblar seus maridos. A quem pensam que estão enganando? Seus filhos, seus espelhos, recebem informações estranhas quanto à verdadeira natureza dessa energia que é o feminino, e que também é presente neles. É uma cadeia de falsos conceitos e de falsos valores que se perpetua há tempos, passada de geração para geração.A responsabilidade com nossa força, com nossa energia é tão valiosa quanto a responsabilidade que temos com a vida do planeta onde vivemos.
Estar com o homem é um prazer, e não uma necessidade.Hoje em dia, os homens, com seus discursos "feministas" são os nossos melhores professores. Pois eles são o espelho do equívoco criado a respeito do verdadeiro sentido do sagrado feminino. Refletem o estereótipo que a mulher criou a respeito de si mesma. Não bastasse eles se apropriarem desse falso conceito criado pela mulher, apresentam-se como nossos melhores e maiores aliados sendo que muitos, até mesmo falam do sagrado feminino sem que sequer tenham ou busquem dentro de si a compreensão da energia masculina, inerente à sua natureza. Como querem nos ensinar sobre o sagrado feminino, algo que é inerente à natureza da mulher?
É importante que estejamos atentas a esses homens que, além de falarem sobre o nosso sagrado feminino, se sentem apropriados a nos ensinarem sobre quem somos nós, mulheres! É importante atentar a esse fato pelo simples motivo deles refletirem, nada mais nada menos do que a máscara que a mulher criou para ela. É fundamental que possamos nos ver, para que possamos escolher outro caminho, outra forma de nos buscar e trazer para o nosso íntimo o verdadeiro sagrado feminino!
Thais Marzagão

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