segunda-feira, 24 de maio de 2010

Consulta Pública da União Européia de Março de 2009 Define Novas Regras para a Utilização de Benzofenona-3 em Produtos Cosméticos

Os protetores solares proporcionam importante proteção da pele contra queimaduras e câncer das células. O amplo uso de benzofenona (BP-3 ou oxibenzona) e sua identificação no meio ambiente sugeriram uma necessidade de mais informações sobre a extensão da exposição humana (2).
A benzofenona-3 é comumente utilizada como fotoprotetor UV nas formulações de filtros solares (3) e em produtos de personal care com o objetivo de absorver e dissipar a radiação ultravioleta (2). Segundo um estudo realizado na Holanda, a BP-3 foi encontrada em 30% dos filtros solares no mercado (3). Também é usada como um estabilizador UV do revestimento das embalagens plásticas promovendo a proteção contra a fotodegradação de polímeros, sendo aprovada pela FDA como um aditivo alimentar indireto (2).

Benzofenona-3 em Produtos Cosméticos: Consulta Pública da União Europeia (1)

O uso de benzofenona-3 em produtos cosméticos na União Europeia é regulamentado em Cosmetics Directive, no Anexo VII, parte 1, em uma lista que define o que os filtros solares podem conter (“List of permitted UV filters which cosmetic products may contain”). Segundo esse documento: “Em produtos para uso cosmético, a concentração máxima da benzofenona-3 é de 10%”. Além disso, devido ao potencial fotoalergênico dessa substância, é obrigatório colocar no rótulo o seguinte aviso: “Contém oxibenzona”.

A mais nova consulta pública, publicada em Bruxelas, em março de 2008, traz novas regras e concentrações de uso de benzofenona:

A SCCP (European Commission´s Scientific Committee on Consumer Products) concluiu no documento SCCP/1201/08, dia 16 de dezembro de 2008, que: “o uso de benzofenona-3 como um fotoprotetor UV na concentração de até 6% nos filtros solares cosméticos e de até 0,5% em outros produtos cosméticos, com objetivo de proteger a formulação, não apresenta o risco para a saúde dos consumidores devido ao seu potencial alergênico e fotoalergênico.”

Essa consulta visa:

Reduzir a concentração máxima da benzofenona-3 em formulações de filtros solares de 10% para 6%;
Determinar o uso de benzofenona como um protetor dos produtos contra a radiação UV na concentração máxima de 0,5% em outros produtos cosméticos.
Benzofenona-3 como Agente Sensibilizante e Irritante: Comprovação Científica

Embora a incidência total de sensibilização e irritação associada à benzofenona-3 na população geral permanece um assunto não elucidado, alguns estudos têm reportado a incidência em certas circunstâncias (4).

Pesquisadores norte-americanos conduziram uma meta-análise com objetivo de determinar a segurança de benzofenona-3 em voluntários recrutados da população geral. Foram analisados os resultados de 64 estudos não publicados, realizados no período de 1992 e 2006, que avaliaram o potencial irritante e sensibilizante desse filtro solar utilizando os produtos contendo de 1-6% de benzofenona-3. Os resultados confirmaram que somente 0,26% das respostas cutâneas sugeriram a irritação ou a sensibilização. A alergia de contato foi observada em 0,07%. Esses dados indicam que os filtros solares contendo de 1-6% de benzofenona-3 não possuem potencial irritante ou sensibilizante significativo (4).
Photodermatol Photoimmunol Photomed. 2008 Aug;24(4):211-7.

Um outro estudo, realizado na região mediterrânea, avaliou a prevalência das reações fotoalérgicas e respectivos agentes reportados na cidade de Atenas no período de 1992 e 2006. De acordo com resultados desse estudo, entre os agentes que causaram dermatite fotoalérgica de contato, o mais frequente foi a prometazina (25%), enquanto a benzofenona-3 e clorpromazina foram detectadas em 12,5% dos casos (5).
Int J Immunopathol Pharmacol. 2008 Jul-Sep;21(3):725-7.

Segundo vários relatos, a benzofenona-3 foi a mais frequente causa de fotoalergia. Outros tipos das reações de hipersensibilidade à benzofenona-3 foram: alergia de contato, urticária de fotocontato e urticária de contato. A severidade das reações clínicas pode depender, parcialmente, da extensão da pele exposta à benzofenona-3. Um estudo realizado pelos pesquisadores holandeses do Departamento de Dermatologia do Centro Médico Universitário de Groningen, Universidade de Groningen, reportou um caso de reação anafilática causada pela exposição a um filtro solar contendo benzofenona-3, sendo a alergia à BF-3 posteriormente confirmada através do teste Patch (3).
Contact Dermatitis. 2008 Oct;59(4):248-9.

Exposição Humana à Benzofenona-3

Sendo a benzofenona-3 um filtro solar amplamente utilizado, houve uma necessidade de avaliar a extensão da exposição humana na população norte-americana. Foram obtidos os seguintes resultados:
Estudos realizados em animais confirmaram que nessa população a benzofenona-3 apresenta efeitos no fígado, nos rins e nos órgãos reprodutivos, tendo também os efeitos no sistema endócrino;
Nos voluntários da população geral, a benzofenona-3 foi detectada em 96,8% de amostras da urina;
A concentração da BF-3 foi maior em mulheres do que em homens;
A concentração na população caucasiana foi em 6,8 e na população mexicana foi em 4 vezes maior que na população negra;
O estudo concluiu que há necessidade de avaliar a exposição da exposição à BF-3 no impacto da saúde pública (2).
Environ Health Perspect. 2008 Jul;116(7):A306.

Benzofenona-3 possui Atividade Estrogênica em Duas Espécies de Peixes

Alguns estudos indicaram a benzofenona-3 como um agente estrogênico potencial. Por isso, uma equipe de pesquisadores da Universidade de Califórnia, Riverside, avaliaram a atividade estrogênica da BF-3 e efeitos na reprodução em duas espécies de peixes (truta e medaka japonesa). Os dados obtidos demonstraram que a exposição à benzofenona-3 altera o sistema endócrino e a reprodução dessas duas espécies de peixes (6).
Aquat Toxicol. 2008 Nov 21;90(3):182-7. Epub 2008 Sep 10.

Tendo conhecimento sobre as propriedades da benzofenona-3 que afetam tanto os seres humanos quanto o meio-ambiente, torna-se necessário utilizar menor concentrações desse ativo ou sua substituição por um outro fotoprotetor que terá propriedades semelhantes, porém não apresentará o mesmo perfil toxicológico.

Referências Bibliográficas

1.PUBLIC CONSULTATION UPDATED REGULATION OF UV-FILTERS CAMPHOR BENZALKONIUM METHOSULFATE AND BENZOPHENONE-3 IN ANNEX VII TO COSMETICS DIRECTIVE. Disponível em: http://ec.europa.eu/enterprise/cosmetics/doc/consultation_uv_filters_20090309.pdf. Acessado em 07/04/2009.

2.Tibbetts J. Shining a light on BP-3 exposure. Environ Health Perspect. 2008 Jul;116(7):A306.

3.Spijker GT, Schuttelaar ML, Barkema L, Velders A, Coenraads PJ. Anaphylaxis caused by topical application of a sunscreen containing benzophenone-3. Department of Dermatology, University Medical Centre Groningen, University of Groningen, 9700 RB Groningen, the Netherlands. Contact Dermatitis. 2008 Oct;59(4):248-9.

4.Agin PP, Ruble K, Hermansky SJ, McCarthy TJ. Rates of allergic sensitization and irritation to oxybenzone-containing sunscreen products: a quantitative meta-analysis of 64 exaggerated use studies. Schering-Plough HealthCare Products Inc., Memphis, TN 38151, USA. Photodermatol Photoimmunol Photomed. 2008 Aug;24(4):211-7.

5.Katsarou A, Makris M, Zarafonitis G, Lagogianni E, Gregoriou S, Kalogeromitros D. Photoallergic contact dermatitis: the 15-year experience of a tertiary reference center in a sunny Mediterranean city. Int J Immunopathol Pharmacol. 2008 Jul-Sep;21(3):725-7.

6.Coronado M, De Haro H, Deng X, Rempel MA, Lavado R, Schlenk D. Estrogenic activity and reproductive effects of the UV-filter oxybenzone (2-hydroxy-4-methoxyphenyl-methanone) in fish. nvironmental Toxicology Program, University of California, Riverside, Riverside, CA 92521, United States. Aquat Toxicol. 2008 Nov 21;90(3):182-7. Epub 2008 Sep 10.

texto do site:
http://www.cicosmetic.com/site_novo/descricao_toxocologia.php?id=0

segunda-feira, 17 de maio de 2010

AUTO SABOTAGEM

* Jennifer Hoffman *

Cada existência é uma jornada de superação das feridas da alma e das lições dos caminhos que já percorremos. Essas feridas e lições nos são reveladas em nossa história de vítima, que representa as crenças que possuímos acerca da nossa falta de controle, ineficácia e, no final das contas, da nossa desconexão com a Fonte. Nossa história de vítima esvazia nossa vida de muitas maneiras diferentes, através de pessoas, de situações e de eventos. Mas, nenhuma delas é tão poderosa quanto o modo pelo qual recriamos nossa história de vítima através da nossa auto-sabotagem, a destruição deliberada dos nossos sonhos por nossos próprios esforços.

A auto-sabotagem é uma manifestação inconsciente da nossa história de vítima, em que criamos a prova de que somos azarados, desmerecedores, indignos, e sem direitos às bênçãos, que podemos acreditar que temos acesso, mas com que não podemos conectar-nos. Com a auto-sabotagem não precisamos de mais ninguém para nos tirar o que é bom, nós mesmos o fazemos. E isso ocorre quando estamos com tanto medo de perder algo que nós o destruímos primeiro, ou por temer o sucesso e o que acontece depois que nos asseguramos de que isso nunca aconteça.

O medo é parte de todo ato de auto-sabotagem e é um medo profundamente arraigado que carregamos por vidas e vidas. Podemos temer o sucesso porque certa vez abusamos do poder. Ou tememos a perda, a traição, o abuso ou o abandono, de modo que nos garantimos de que nunca passaremos por isso de novo em nossa vida. A fonte dos nossos medos pode ser desconhecida, apenas sabemos que ficamos apavorados e incapazes de avançar. A natureza inconsciente da auto-sabotagem mantém nossos medos e nossas motivações ocultas até que estejamos prontos para liberar nossa história de vítima.

Ignoramos que estamos nos sabotando até que percebamos que podíamos ter feito escolhas diferentes ou agido de outra forma. Isso pode criar uma outra história de vítima ou elevar nossa consciência de que estamos utilizando a auto sabotagem para tornar verdadeira a nossa história de vítima. A escolha é nossa e até que estejamos dispostos a fazer as coisas de maneira diferente, nossa história de vítima se repetirá em auto-sabotagem e vamos querer saber o que aconteceu com a nossa vida e com os nossos sonhos e por que eles nunca parecem se realizar. Esta semana, olhem para algumas áreas da sua vida em que vocês estão se auto- sabotando. Vocês podem descobrir a sua história de vítima e fazer uma escolha para agir de maneira diferente? Se assim o fizerem, estarão muitos passos mais próximos de viver a vida que vocês querem e de deixar a sua história de vítima no passado.

domingo, 9 de maio de 2010






Todas nós, em algum momento da vida, conectamos com a nossa sombra; o fato de não ficarmos prisioneiras dela é uma arte que nos devolve nosso poder. Venha conectar com a sua Senhora dos Mistérios.
Este é o trabalho que estaremos oferecendo no próximo dia 10/05, das 19:30hs às 22:30hs, na R. José de Alencar, 630/505, Porto Alegre, RS

Investimento: mensal – R$ 125,00
se você escolher fazer somente este encontro, o valor será R$ 71,00
Acompanhe nossos textos, pesquisas, sugestões de livros, de filmes no blog WWW.caminhosdofeminino.blogspot.com/
Esperamos vocês carinhosamente,
Margareth Osório – 92888800 e Stella Bittencourt – 81319979
: A cura está no doente.
Entrevista: Paulo de Tarso Lima

Paulo de Tarso Lima, do Hospital Albert Einstein: energia e religião no caminho da cura

Não é habitual ouvir um médico respeitável, de uma instituição de saúde modelar, falar sobre o papel da energia do corpo humano e da religião no caminho para a cura. É justamente o caso do cirurgião Paulo de Tarso Lima, coordenador do Departamento de Medicina Integrativa e Complementar do Hospital Albert Einstein, de São Paulo. A medicina integrativa é uma prática em ascensão. Surgida nos Estados Unidos na década de 1970, une a medicina tradicional oriental, com sua abordagem holísitica, e a ocidental, apoiada na produção científica e na tecnologia. A reunião tem revolucionado a busca pela cura de doenças como o câncer. "A ideia não é excluir nada, mas juntar tudo e mostrar que a pessoa é detentora da capacidade de cura da própria doença", afirma Lima, que estudou a medicina interativa na Universidade do Arizona (EUA) e cursa o primeiro ano da Barbara Brenner School of Healing, na Flórida, onde a cura é perseguida a partir do estudo da energia humana. O médico é também autor do livro Medicina Integrativa - A Cura pelo Equilíbrio. Na entrevista a seguir, ele explica os fundamentos da medicina integrativa e aposta que a prática vai se espalhar por aqui por razões econômicas - por ora, apenas alguns hospitais e somente cinco universidades brasileiros se dedicam ao assunto.

Afinal, o que é medicina integrativa?

É um movimento que surgiu nos Estados Unidos na década de 1970 e que começou a ser organizado com mais rigor na década de 1980, quando entrou para as faculdades de medicina. Hoje, existem 44 universidades americanas ligadas à pratica, que traz uma visão mais holística da pessoa no seu todo: corpo, mente e espírito. O que buscamos é oferecer uma assistência com informação e terapias que vão além da medicina convencional para ajudá-la a se conectar com a promoção de saúde. Eu não tenho a menor dúvida de que a medicina convencional é extremamente efetiva em se tratando de doença, mas saúde não é apenas ausência de doença.

Que terapias são essas?

Sistemas tradicionais como a medicina chinesa e indiana nos oferecem uma gama de alternativas, como acupuntura, Reiki, yoga, entre outras, que trabalham a energia do nosso corpo, estimulando uma reação aos sintomas das doenças. A ideia desse movimento não é excluir nada, mas juntar tudo e mostrar que a pessoa é detentora da capacidade de cura da própria doença. Isso é uma mudança de paradigma, porque a possibilidade de voltar ao estado saudável não é algo dado à pessoa, mas é algo inato a ela.

Qual a explicação para só agora a medicina integrativa despertar interesse de médicos convencionais?

Há duas razões: a demanda dos pacientes e a produção acadêmica, que cresce a uma velocidade muito alta. Se entendemos como as coisas funcionam, sabemos que é seguro.

Qual a situação da prática no Brasil?

Estamos em uma situação de dualidade. Os alinhados à prática muitas vezes não usam a medicina convencional de maneira integrada, e os convencionais não usam a medicina integrativa. Temos no Brasil um movimento diferente dos Estados Unidos, menos acadêmico, mas que vem crescendo graças a uma portaria de 2006 que autorizou procedimentos de acupuntura, homeopatia, uso de plantas medicinais e fitoterapias no Sistema Único de Saúde (SUS).

E por que a resistência dos médicos convencionais?

Eu não entendo. Estamos falando de energia e não precisamos ir muito longe para provar que energia corporal existe. A partir do momento que temos uma mitocôndria que produz energia dentro de cada célula, e isso é ensinado no primeiro ano de medicina, não há o que discutir. Temos energia no corpo, e pronto. O curioso é que muitos exames hospitalares rotineiros são baseados em mensuração do campo energético do corpo, como a ressonância magnética, o eletroencefalograma e outros mais sofisticados. Mas se você falar para um neurologista sobre a manipulação da energia do corpo, ele pira.

Por quê?

Porque entramos em um outro ponto da discussão sobre a energia humana, que é a interface com a religião. Estamos vivendo em uma nova fronteira em que se tenta entender essa energia, como ela é produzida, como pode ser manipulada e conduzida. E isso tem um impacto importante na questão da espiritualidade. Por isso, se algum paciente meu acha conforto na religião, se ele se sente bem assim, eu o estimulo a praticá-la.

E como se medem os resultados da medicina integrativa?

Começamos a medir os resultados pelas questões econômicas. A Prefeitura de Campinas, em São Paulo, registrou uma redução substancial de uso de analgésico dentro do SUS ao oferecer terapias ligadas à medicina chinesa focadas na questão ósseo-muscular. Além disso, tem uma série de trabalhos acadêmicos ligados à genética provando que a qualidade de vida produz efeitos na expressão genética da doença. E uma nova fase de trabalho investiga se uma gestante, cujo feto apresenta uma expressão genética de determinada doença, pode ajudar seu bebê se tiver uma gestação muito cuidadosa.

Como isso seria possível?

O homem carrega no seu código genético informações de doenças que podem ser a causa de sua morte. Isso já é provado. Só que você pode ter a característica genética da doença e não desenvolvê-la, ou tê-la precocemente. Isso vai depender da qualidade da sua vida. Comer bem, respirar melhor, praticar atividades físicas, lúdicas e contemplativas são fatores muito importantes ligados à qualidade de vida e que vão provocar um impacto no nosso bem-estar e, consequentemente, na resposta do corpo às doenças já estabelecidas e àquelas que estão programadas para acontecer. O Prêmio Nobel do ano passado de Medicina (dividido entre os pesquisadores Elizabeth H. Blackburn, Carol W. Greider e Jack W. Szostak) mostra que, se há uma importante mudança nutricional e de práticas contemplativas, há uma diminuição da expressão de câncer de próstata em determinados grupos de homens.

As pessoas, em geral, estão mais abertas para as práticas alternativas?

No Brasil, entre 45% e 80% dos pacientes diagnosticadas com câncer utilizam algum tipo terapia "alternativa" em conjunto com o tratamento. Nos Estados Unidos, 13% das crianças e 55% dos adultos saudáveis utilizam tais práticas.

O senhor acredita que essa corrente ganhará espaço no futuro?

Acredito. Não por razões humanitárias, mas por uma questão econômica. Afinal, a forma como a medicina é praticada atualmente implica altos custos. Não posso prever, porém, quanto tempo isso vai demorar, porque o convencimento dos profissionais a respeito do assunto exigirá um longo trabalho.

http://www.ted.com/talks/lang/por_br/isabel_allende_tells_tales_of_passion.html

http://www.ted.com/talks/lang/por_br/isabel_allende_tells_tales_of_passion.html

segunda-feira, 3 de maio de 2010

INCOMODADA FICAVA A MINHA AVÓ

Os sentimentos negativos em relação às mães, não expressos, e com os quais não se consegue lidar, são impelidos ao inconsciente, acumulando o tipo de energia vivida nos pesadelos. Essa energia negativa oculta é capaz de minar a capacidade de amar, bloquear a capacidade de se relacionar e a ação construtiva e criativa. Pode provocar estresse e doenças físicas.

Liberar e resolver emoções estagnantes são vitais para futuras mães de crianças - e de si mesmas - pois aquelas que foram prisioneiras da repressão não são livres pra desfrutar a espontaneidade de seus filhos de se sentirem livres.
Não é de surpreender que muitas mulheres ajam como inimigas de sua própria natureza feminina, herdada através de sua mãe rejeitada e que os mentores masculinos ou os valores masculinos se tornem seus deuses.

Admite, então, para si uma "identificação exclusiva" com padrões e valores masculinos, gerando um amortecimento ou distorção dos instintos inerentes ao feminino. Acontecendo o caminhar de suas vidas muito longe do seu rumo essencial.
Muitas mulheres estão aprisionadas num complexo negativo de mãe. Num emaranhado de sentimentos ligados à mãe devido às ambivalências amor-ódio que começaram muito cedo na relação com mães psicologicamente feridas - mulheres seriamente feridas em sua auto-estima e em sua capacidade de celebrar o feminino. Herança emocional da mulher moderna que se resume em relações superficiais consigo mesma e com outras mulheres, abuso e negligência com a criança interior e com suas crianças, controle egocêntrico e/ou indiferença passiva.

A maioria das relações mãe/filha carece ou de intimidade ou de independência.
O que leva muitas mulheres a ansiar pela mãe que nunca existiu e que não poderia ter existido devido ao histórico de tantos séculos de repressão dos próprios sentimentos, pensamentos e desejos.
E como suprir esta carência?
Precisamos despertar em nós mesmas as qualidades de ser mãe que procuramos no coletivo.

Para alimentar a criança interior, adquirindo uma imagem materna interna positiva, é preciso:

. Manter-se concentrada no trabalho interior de tecelagem dos fios regenerativos da trama de nossas próprias vidas;
. Ter paciência e uma determinação obstinada, isto é, persistência e confiança na sua capacidade de maternagem, de ser continente para si mesma, para seus sonhos e realizações;
. Continuar apesar das dificuldades, construindo com perseverança a luz/consciência na matéria que dá a nova mulher a maturidade para romper com os padrões repetitivos do feminino submetido e aprisionado vivido pelas mães e avós;
. E, por último, sentir prazer e orgulho por não desistir e viver o afloramento da sabedoria da anciã, o feminino realizado em Sofia.

As mulheres que não têm contato com sua linhagem materna sentem que o universo feminino é um lugar estranho. Foram arrancadas de seus eus femininos por uma cultura patriarcal na qual as mulheres perdem suas identidades, perdem seus próprios nomes e se tornam propriedades dos homens. Nossos sentimentos, a integração do corpo e psique, foram levados ao subterrâneo, perdidos, esquecidos ou relegados ao que autodepreciativamente chamamos de "conversa de comadres".
Para encontrar o seu caminho para um relacionamento consciente com o eu feminino, as mulheres precisam trabalhar através de sua conexão com suas mães, avós, sua linhagem materna.

As avós constituem uma fonte do Feminino ferido de uma família. Geralmente, carregam uma história de sofrimento e a transmitem, conscientemente ou não, para gerações posteriores. Essa ferida, se não transformada numa fonte para a cura, pode levar a padrões profundos de desvalorização e, mesmo autodestruição, que acabam por se repetir por várias gerações.

A avó agrega em si um padrão que vive no corpo feminino; a jovem, a mãe e a anciã. A mãe pessoal, vista como parte de uma longa linhagem materna é assim aliviada. Uma avó projeta a neta na corrente vital das gerações. Ela é o vínculo com o mundo subterrâneo das ancestrais femininas. Nas culturas primitivas, não é a mãe pessoal a responsável por ensinar a jovem sobre seu corpo e iniciá-la na feminilidade. É a avó que faz isso ou outra mulher mais velha da tribo.
Ao entrar em contato com a anciã, a mulher tem a oportunidade de enxergar sua mãe por um novo prisma assim como a si. Percebe que pode ser quem é, pode suportar ser honesta, isto é, não está interessada em jogar jogos desgastados que de nada lhe servem e ainda lhe prejudicam. Valoriza o que lhe é próprio e orgulha-se de sua linhagem e herança.

Percebe que nada tem a perder, pois aquilo que ela é, não pode ser tirado dela. Pode amar sem o desejo de controlar. Não tem nenhuma razão para persuadir e finalmente em seus olhos, consegue enxergar o seu verdadeiro eu, reluzente, brilhante, madura, menina-mulher.

Rose Lane Romero da Rosa
Psicóloga, analista junguiana com atuação em consultório clínico no Rio de Janeiro
Simplicidade Voluntária
:: Adília Belotti ::
Recebo de um amigo o vídeo do Fantástico sobre "gente que vive com pouco dinheiro". O tema, na verdade, é Simplicidade Voluntária, uma idéia que não é nova lá fora, mas que parece chegar só agora ao Brasil. E, como acontece toda vez que a gente se vê diante de uma boa idéia, dá vontade mesmo de dizer: " que fantástico!"

Nos EUA, capital planetária do consumismo e dos exageros, viver com pouco, reduzir drasticamente o consumo e pensar simples virou um estilo de vida. Mas, antes de você se levantar indignada, com mais uma dessas "americanicices"(?), saiba que ESSA idéia eles não inventaram. Os gregos, acredite, já sonhavam com uma vida menos ávida e mais próxima da natureza. Mais perto aqui dos nossos tempos conturbados, um dos grandes defensores da frugalidade foi Henry David Thoreau, escritor americano que viveu no final do século 19 e publicou um livro, Walden, criticando o materialismo da sociedade americana e pregando a necessidade de uma vida mais simples e próxima da natureza.

Em 1981, Duane Elgin, outro americano, deu um formato moderno e bem pragmático para a poesia de Thoreau e escreveu o livro Simplicidade Voluntária, em busca de um estilo de vida exteriormente simples, mas interiormente rico . Fundamental para a gente que quer aprender a integrar a vidinha urbana e corrida com nossas necessidades interiores de calma, tranqüilidade e comunidade verdadeira e bem concreta com a Natureza.

Viu só? Tem mesmo muita gente tentando dar forma a uma nova ética humana que fale de fraternidade e comunhão, de responsabilidade de todos por todos, de compaixão e de um futuro para todos e não apenas para alguns de nós, justamente aqueles ávidos freqüentadores de shopping centers.

Ninguém está propondo que você viva em retiro espiritual ou na mais absoluta pobreza. "A pobreza é involuntária e debilitante, a simplicidade é voluntária e mobilizadora", adverte Duane Elgin.

Viver voluntariamente de maneira mais simples significa deliberadamente organizar sua vida de modo a torná-la mais frugal exteriormente e mais rica e abundante interiormente. É tirar o excesso de peso da bagagem para tornar a viagem por esse mundo mais leve, mais limpa, mais solta. Na prática, significa ter mais tempo para você e descobrir aquilo que realmente é importante na sua vida. Apenas o essencial.

Simplicidade Voluntária não é uma fórmula mágica, é um caminho, e nem sempre fácil. Mas a gente deveria colar na porta da geladeira, escrito em letras garrafais, esse conselho de Duane Elgin:

"Trabalhe para desenvolver todas as suas potencialidades: físicas (correr, andar de bicicleta, caminhar); emocionais (descobrir aquelas habilidades fundamentais numa relação, como intimidade e senso de comunhão); mentais (engajar-se em projetos para toda a vida, como ler, fazer cursos etc.); e espirituais (por exemplo, aprender a se mover através da vida com a mente quieta e o coração cheio de compaixão)."

Selecionei do livro Simplicidade Voluntária dez dicas para tirar o pé do acelerador. São encantadoras e... simples:

1. Pare de fazer milhões de coisas ao mesmo tempo, começando por não dirigir e falar no celular ao mesmo tempo.

2. Invista tempo e energia em atividades descomplicadas como andar de bicicleta, ler ou preparar um lanche, com seu companheiro, seus filhos ou seus amigos.

3. Deixe a secretária eletrônica fazer seu trabalho. Obrigue-se a não atender o telefone no meio da refeição, por exemplo.

4. Quando adquirir algum produto, prefira aqueles duráveis, de fácil manutenção, não-poluidores, funcionais e estéticos.

5. Desenvolva sua compaixão. Interesse-se por movimentos em favor das pessoas carentes, da preservação das matas e dos animais e da não-violência.

6. Fique meia hora por dia sem fazer nada. Relaxe e deixe sua mente divagar. Envolva-se nesse momento, como se ele fosse o último ou o primeiro da sua vida.

7. Usufrua do prazer simples que trazem as formas não-verbais de comunicação: o silêncio cúmplice, abraços e beijos, olhos que falam.

8. Imagine que você e a Terra são uma coisa só. Deixe que esse sentimento penetre em você e se traduza em mais carinho e cuidado com o planeta.

9. Ouça música, mantenha um diário, divirta-se com o cachorro, escreva para alguém querido, alimente os pássaros.

10. Desligue a TV. Por algumas horas, ao menos. E nunca, nunca, permita que ela assista às suas refeições.